terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Anonymus Gourmet


Dentre os blogs que leio frequentemente, um deles é o Anonymus Gourmet. As dicas são excelentes, principalmente para pratos rápidos e com ingredientes fáceis. Um homem que nunca fritou um ovo na vida ( e são muitos... rs), com certeza consegue fazê-lo e mais, cozinhar de fato com as dicas do Anonymus. Uma mulher que está iniciando a sua vida na cozinha e não quer perder tempo, também vai adorar o blog, e para aquelas que como eu já desfrutam desse ambiente por muitos anos, irão ganhar tempo no seu dia-a-dia.

O blog é escrito pelo apresentador, escritor e advogado gaúcho José Antonio Pinheiro Machado que é carinhosamente conhecido por Anonymus, graças ao sucesso do seu programa Anonymus Gourmet e as dezenas de livros publicados.

Num dos seus posts ele escreve de maneira bem-humorada sobre alguns cuidados que se deve ter ao escolher um restaurante, e cá entre nós, quem nunca se aventurou em lugares "inesquecíveis", mas que nunca mais deseja voltar? (risos).  Então, aventure-se nas dicas do Anonymus que reproduzo aqui na íntegra.

Abraços,

Cuidados para escolher um restaurante

Qual o item mais importante a considerar num restaurante: “cozinha”? “serviço”? “ambiente”? ¾ me perguntam numa enquête, logo para mim, um radical da cautela, cuja prudência foi educada pela adversidade.

            “Constância.” — respondo. Constância é a virtude que espero na hora do jantar. Justifico argumentando que há restaurantes que vivem em estado de insurreição permanente: a cada semana mudam os cozinheiros, mudam os garçons, mudam até os temperos. Para freqüentar esses lugares é preciso, acima de tudo, amar a aventura. Na mesa, busco certezas. Deixo o inesperado para depois das refeições. Prefiro a aventura no cinema, na TV em horas tardias ou em alguns contos de terror de H.P. Lovecraft.  Recuso-me a fazer do jantar uma jornada de ação e mistério.

 

Sempre tive a impressão de que certos restaurantes nunca dantes frequentados se parecem a abismos sombrios e insondáveis, habitados por garçons de humor incerto e cozinheiros de talento duvidoso, onde se deve estar preparado para tudo. Inclusive para cenas assombrosas de monstros marinhos emergindo fumegantes do prato de sopa.

 

Mas reconheço que existem espíritos desbravadores que adoram sair à procura das surpresas de uma mesa desconhecida. É aquela incontrolável curiosidade por novidades que leva alguns a espiar pelos buracos das fechaduras e a outros, como Cristóvão Colombo, a descobrir a América. Considerando que, hoje em dia, os segredos a serem espiados pelas fechaduras estão com as portas escancaradas, e que não há continentes a desvendar, quem sabe uma expedição para descobrir um novo restaurante? Emoção e adrenalina no prato do dia. A ânsia indomável dos velhos navegadores convertida no desejo fremente de enfrentar rins inescrutáveis, picadinhos sem biografia, molhos sabe-se lá do quê, feitos sabe-se lá quando, ¾ mas também, quem sabe, damas inesperadas a espreitar de mesas vizinhas.

 

Uma regra de ouro para esses desbravadores gastronômicos: respeitar com rigor os horários do restaurante a ser tentado. Especialmente à noite. Chegar muito tarde é um desafio à má vontade dos garçons e ao esmero das cozinheiras. Eles e elas são pessoas que têm, depois do expediente, aflições como as de qualquer ser humano: desde um prosaico último ônibus que não pode ser perdido, até tormentosas paixões nas sombras da madrugada.

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